Sempre que assisto a uma entrevista com algum comediante uma pergunta, que eu diria clássica, feita pelo entrevistador, é se as "vítimas" das imitações feitas por aquele comediante não se sentiam ofendidas. A resposta, igualmente clássica, invariavelmente aponta para aquilo que chamam de "homenagem" que estes fazem àqueles artistas ou personalidades que imitam.
Por outro lado, ainda no contexto da mídia, já repararam que quando surge um programa, artista, apresentador, enfim, uma determinada atração que "pega"; que faz sucesso, logo a TV se vê invadida por aquele mesmo tipo de atração? Há casos que eu confesso, começo a rir pelo ridículo daquela "cópia" que, por não possuir o DNA de seu criador, torna-se uma verdadeira caricatura do real, como no caso dos personagens criados por comediantes, sendo que, estes, propositalmente, exageram nos trejeitos de seus "homenageados" justamente para extrair graça, riso, diversão. Já no caso daqueles "mais sérios", se esforçam por criar um ar de seriedade à sua cópia; introduz algo "novo" (em muitos casos, com excesso de mau gosto), caracterizando muito mais uma forma de estelionato para com o público.
Outro dia um grande amigo meu citou uma máxima muito conhecida (originalmente proferida pelo apresentador Chacrinha) para se referir a isto: Nada se cria, tudo se copia! Eu diria: Mais ou menos meu caro!!!
É claro que tudo ou quase tudo que imaginamos ser novo, em sua essência trata-se de uma cópia de parte daquilo que já se viu algum dia. Em outros casos, não! Há inspiração, estudo, pesquisa, tempo, trabalho, dedicação, enfim, um esforço considerável.
Ao longo da minha vida tudo isso tenho visto e até vivido de perto. Os mais próximos se emocionam, reclamam, questionam, me cobram uma atitude. Digo apenas: Não há o que fazer! Trata-se de uma realidade natural ao próprio ser humano!
Na sequência me perguntam: Tudo bem, mas como vamos reagir? Respondo: Melhorando, aprimorando, inovando! Não há como copiar o DNA da mente criativa. Vamos surpreender sempre, chegar na frente sempre! Vamos ser tão velozes ao criar, que os retardatários fiquem cada vez mais confusos, perdidos, atônitos! Vamos ser tão honestos com o nosso público, que ele nos carregue de colo; nos leve pra casa e nos façam ser parte sua!
A vida é assim. Existem coisas que podemos dominar, e outras que não dependem de nós. Neste mundo há toda a sorte de pessoas. Existem aqueles que se aproximam de nós com sentimento de muita admiração e honestidade. Que nos acompanham durante algum tempo. Aprendem, ensaiam, dão seus primeiros passos, daí a pouco começam a andar sozinhas e trilham o seu próprio caminho. Vemos com muito orgulho que o nosso DNA está presente naqueles seres, e eles nunca nos desapontam, ao contrário, nos enchem de orgulho! Passam a ser um pedaço de nós. No outro extremo, existem aqueles que trazem consigo seus "pen drives", querendo copiar jeitos, gestos, ideias, estilos e palavras, acreditando terem encontrado a "caixa de pandora". Coitados!
A questão é: De que lado iremos nos posicionar? Do lado dos que criam, inovam, aperfeiçoam, trabalham, se esforçam? Ou do lado daqueles que ficam atentos para ver o que está dando certo, para copiar?
Posicione-se: Estude, trabalhe, cresça! Ao se inspirar, valorize sua fonte, honre sua fonte. Queira sempre estar na frente; não queira ser cauda - não acho que seja um bom lugar para se estar!
Veja você que a calda está muito próxima de algo não muito agradável!
Samuel Pessoa
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